quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A jaqueta, um cigarro e nada mais.

Já era de tarde e eu estava sozinho na rua, havia ido na casa dela mais cedo mas ela não estava. Me sentei na praça e comecei a fumar pensando se viraria as costas para tudo que aconteceu ou se tentaria mais um vez encontra-la naquele dia. Quando começou uma forte chuva, me abriguei na farmácia decidido que iria tentar falar com ela de novo e entregar a jaqueta que ela havia pedido nos 3 dias em que estivemos juntos.

Ainda chovendo mas em menor quantidade vesti a jaqueta e fui até a casa dela que era perto da farmácia, toquei o interfone e ela atendeu com uma voz de sono, disse que eu não poderia subir e pediu pra eu esperar na escada. Entrei e sentei nos primeiros degraus ouvindo os passos rápidos dela. Então ela apareceu com um roupão branco e molhada, como se tivesse saído do banho mas talvez tivesse pego a mesma chuva que eu.

Ela só olhava pra frente ou para baixo como se tivesse com medo ou vergonha de algo e eu não conseguia tirar os olhos dela, ela havia dito que o irmão dela logo chegaria então eu fiz o que pretendia. Tirei minha jaqueta recém molhada e botei nos ombros dela enquanto ela olhava para baixo.

- O que é isso? Ta molhada - Perguntou ela

- Pode ficar.

- Serio? É mentira, você não daria ela pra mim.

- Acredite, pode ficar.

O sorriso dela naquele momento foi unico e a unica reação dela foi me dar uma pulseira vermelha que eu também já havia pedido naquele dia mais cedo. Logo em seguida o irmão dela chegou e eu tive que ir embora, ela me levou até a porta e me deu um abraço rapido desejando boa viagem, era o ultimo dia que eu estaria naquele lugar. Já não chovia mais, acendi outro cigarro e caminhei sem rumo observando a pulseira que nunca saiu do meu braço.

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